quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Anjos Tristes

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Anjos Tristes
Anna Müller

Vou libertar-me de mim....deixar as asas no chão.
atirar-me nessas ondas de vento. Libertação.
plainar sobre o denso vazio na quietude do nada
anjo rebelde a revoar sobre tua sombra pasmada

tirar da garganta o pio das amarras,
atirar-me nessas ondas de vento. Libertação.
plainar sobre o denso vazio na quietude do nada

Sentir o eco de liberdade
Escorraçando Deus no ruflar das asas
de dor, pesadas

Lutando contra a tua divindade
Voando alto, para longe do teu amor
deixando-me assim... longe de ti...asas no chão.
E aqui, neste frio, padeço a tua saudade.

Asas cansadas, largadas em vão.
Retorno a ser homem, andando por onde passavas
Recostado no medo o coração
Medo de que me surjas à frente
e assim, apenas na doce lembrança do vôo,
guardo apertado no peito.

Medo do reencontro.
quando Deus se afasta dos anjos
fazendo carne o que fora sonho

Quiçás meu anjo viesse
dele tivesse o abraço.
tornasse meu sonho real...
Água cristalina em manso regato
Pudesse eu matar a sede nas águas divididas
afastando essa dor
essa tristeza, da alma o mal
limpando minh'alma da dor que me causastes.
Pensando ser amor o mal que me atirastes

roubando das asas o ruflar
do coração, o sonhar
do meu corpo, o dom de amar

Desse amor que me fizestes voar sem asas
Voar o sonho do corpo ao coração...
E simplesmente amar
como voam os anjos, sem pretensão
Amar sem distinção
livre da tua marca, tua cara
Amar por destinação

Vagar a procurar o anjo que me fez amar
Que hoje rotula saudade essa dor infinda
Destinada na morte de uma alma de asas no chão.
Esquecida de que um dia tivera um anjo
onde, agora, estático, terreno, agonia o coração

A alma caída e um anjo ferido.
Sentir o eco de liberdade
Escorraçando Deus ruflando as asas
pesadas de dor
Lutando contra a tua divindade
voando alto, para longe do teu amor

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O Natal existe

Quero ver você não chorar não olhar pra trás
Nem se arrepender do que faz
Quero ver o amor vencer mas se a dor nascer
Você resistir e sorrir
Se você pode ser assim tão enorme assim
Eu vou crer
Que o natal existe, que ninguém é triste
E no mundo há sempre amor
Bom natal um feliz natal

Esta música de Marabraz é muito conhecida como jingle de um banco mas é uma mensagem muito bonita que reflete aquilo que gostaria de passar aos meus amigos e seguidores.

Desejo a todos  um Natal muito verdadeiro onde o novo possa existir sem necessidade de cancelar o antigo, onde as pessoas possam encontrar a felicidade sem fazer a infelicidade dos outros, onde a criança possa olhar nos olhos dos adultos e enxergar a verdade e acreditar de fato que o mundo possa ser melhor, onde as pessoas possam confiar mais em si mesmas e descobrir que a felicidade é feita de coisas simples como um sorriso de criança ou um afago , um carinho, ou simplesmente o olhar terno de um animalzinho que esta ali sempre a nos rodear e amar sem esperar nada em troca.

Um abraço super carinhoso

Angel

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Adeus White

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Muito já foi estudado sobre o poder secreto dos animais. Eu gosto especialmente de gatos. Ja escrevi sobre meus dois bichanos White e Fofa. Tive a honra de conviver todos esses anos com eles e o prazer de descobrir cada uma de suas manias, Vivemos bons momentos e também horas  de muita preocupaçâo , especialmente com White.

Em 2002 estive doente e precisei fazer uma cirurgia delicada. White adoeceu também e, por mais que se tentasse descobrir a causa e fizéssemos os mais diversos exames, nunca se descobriu a causa porque ele se reusava a comer  e perdia peso.

Nem mesmo os veterinários de uma universidade com toda a aparelhagem moderna conseguiram dar um diagnostico preciso. Estava tão mal que eu nao fazia outra coisa a nao ser dar-lhe medicamentos e injeções e leva-lo ao hospital para tomar soro.

Eu sofria com o sofrimento dele, tanto que uma noite rezei pedi a São Francisco para aliviar seu sofrimento, mesmo que isto custasse a mim um sofrimento muito maior, o da sua perda.

No dia seguinte, ainda cambaleante e fraco ele se levantou e começou a comer e assim aos poucos  se restabeleceu.

Depois disto comecei a abservar que sempre que eu estava longe ou triste ele também adoecia.

Um dia ele e Fofa me surpreenderam com suas atitudes. Deitada de bruços sobre a cama eu chorava baixinho e senti que alguma se movia perto de mim. Logo senti um narizinho frio a cutucar meu braço como querendo que eu erguesse a cabeça e no outro braço lambidinhas quentes pareciam querer secar as lagrimas.

Eram eles querendo me animar. Mas o mais impressionante foi eles terem saido de seu repouso e virem juntos (uma coisa quase impossivel de se ver pois eles nunca se aproximavam tal era o ciumes entre eles).

Agora retorno de uma viagem de 3 meses e recebo a noticia que nunca queria ouvir. White se fora. Ficou doente e nao se alimentava mais. Veterinarios nada puderam fazer e 3 dias antes de minha chegada ele se fora para sempre.

Eu que contava com sua presença quando do meu retorno e ja pensava em White que certamente seria o primeiro a vir me encontrar, miando, como se quisesse  dizer: onde voce esteve?

Desta vez ele não veio, a casa era triste e até Fofa com certeza sentia sua falta.

As lágrimas ainda rolam quando penso nele, afinal foram quase dezoito anos juntos. Ele fora sempre meu companheiro fiel, aquele que vinha me chamar quando chegava o final da tarde anunciando que eu deveria deixar os alunos e finalmente dar atenção a ele.

Era ele que me fazia companhia enquanto estava cozinhando, sempre ali deitado aos meus pés, silencioso feito uma sombra, mas sempre ali. Era ele que vinha roçar minhas pernas e dormir no colo sempre que me eu me sentia sozinha.

Adeus meu amigo e companheiro. Voce me fara muita falta, espero que agora esteja bem a ronronar bem pertinho de São francisco.

Nao mais sentirei seu miado, seu pelo macio, sua carinha linda, seu longo focinho, seu jeito matreiro e seus olhos azuis, mas certamente continuarás para sempre em minhas memoriass e dentro do meu coraçao,

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Amigo é para sempre

Cores do outono

A praça central de Condino, pequena cidade Italiana, em setembro. Arvores ainda verdes, um parque onde crianças brincam depois das aulas e pessoas vao recolher as castanhas espalhadas pelo chao.

DSCF0071O outono começa a pintar um outro quadro, agora com cores mais quentes: amarelo, laranja e vermelho. Ao fundo as montanhas ainda continuam verdes e as crianças aproveitam o quanto podem antes do inverno.

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As folhas agora começam a cair e os galhos aparentes dao outra atmosfera. Parece que sao arvores mortas, mas apenas entram em dormencia. Preparam-se para o inverno que nao tarda.

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A natureza, sabiamente, desfolha as arvores para que possam sustentar o peso da neve e as montanhas também começam a mudar , o verde de antes agora é uma miscelania de cores.

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A neve chega e a paisagem agora mais parece uma foto antiga em preto e branco. A natureza cobriu com uma coberta branca toda a cidade. A mesma praça, as mesmas arvores e a natureza parece se divertir a pintar novos quadros com novas matizes.

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Qual é a mais bela?

Sinceramente nao saberia escolher.

Como dizer que a infancia é mais bela que a juventude ou a velhice.

Cada uma tem sua beleza, seu vigor, sua sabedoria.

Saibamos aproveitar cada fase com alegria.