segunda-feira, 22 de março de 2010

Em observação.

 

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Segundo o dicionário Aurélio, observar significa examinar minuciosamente, olhar com atenção, espiar, cumprir ou respeitar as prescrições, notar…

Bem, porque comecei meu post com esta “Observação” ?

Porque passei esta noite em um hospital, em observação, bem… deveria ter sido observada mas…

Ontem, quase toda a tarde tive dores no peito que iam e vinham, mas quando fui me deitar vi que as dores estavam piores e irradiavam para as costas. Como meu sobrinho, duas semanas atrás teve um enfarto, resolvi ir até um hospital para tirar as dúvidas.

Dirigi-me a um hospital particular cujo plano de saúde  leva mensalmente quase metade do meu salário de professora.

Ali não tinha mais de 4 pessoas internadas e pensei que poderia ter um atendimento digno daquilo que pago.

Fui atendida e logo foram feitos um eletrocardiograma, cujo resultado ninguém me disse e um exame de sangue. Depois fui levada a um quarto onde já havia uma pessoa internada com suspeita de dengue e me disseram que eu deveria ficar em observação.

Uma enfermeira trouxe um sorinho e um remédio para dor. Deitei-me como estava, de calça de brim um tanto desconfortável para se passar uma noite, mas ninguém ofereceu nem mesmo uma “camisolinha do hospital”.

O esparadrapo como sabem tem de dois tipos: os que colam e depois ninguém consegue tirar ou aqueles que não colam . O usado em mim era dos que não colam, assim colocaram um monte deles… Daí à pouco a enfermeira voltou com um comprimido. Como estou ficando  “expert” nesses assuntos, perguntei que remédio era aquele. Disse-me que era DIAZEPAM.

Pergunto sempre porque não posso tomar esse medicamento e parece que os hospitais só tem este remédio para relaxar. (Muitos artistas já relaxaram tanto com ele que foram acordar do outro lado…)

Ela saiu e disse que estaria vendo outro que eu pudesse tomar uma vez que estava um tanto nervosa.

Acho que ela está até agora procurando porque não voltou mais ao quarto.

Como meu destino era mesmo ficar ali a noite toda pensei em ir até o banheiro e assim o fiz. Levantei-me sozinha e fui empurrando aquele estropício onde fica pendurado o soro e os remédios. Com a mão direita imobilizada pelos fios do soro, fiz um esforço para soltar o zíper com a mão esquerda. Quando já estava sentada percebi que meu sangue jorrava e espirrava no chão e em minha roupa. Reparei então que  tudo havia se soltado e agora o sangue e o líquido do soro formavam uma fonte.

Levantei a mão esquerda na tentativa de diminuir o jato de sangue e tentei arrumar minha roupa com uma só mão. O sangue esguichava e eu não podia colocar a mão para estancá-lo antes de a lavar pois estava num banheiro.

Feito isto ergui as mangueirinhas do soro e do “profenid” para não alagar o chão e dirigi-me até à enfermaria onde o chefe estava de plantão, comodamente sentado.

Minha mão esquerda tentava tapar o furo e ao mesmo tempo não deixar o sangue pingar no chão. Ao me ver ele me deu uma bolinha de algodão embebido em álcool e disse-me para colocar sobre o ferimento até o sangue parar e que uma enfermeira iria até meu quarto para repor o soro.

Voltei para o quarto e esperei por ela a noite toda. Nem ela e nem ninguém apareceu para verificar qualquer coisa. Ninguém veio para repor  ou ver se eu estava melhor, se o soro havia terminado ou medir pressão. Para uma paciente que fica internada para obsevação com sintomas de infarto acho que eles se preocuparam muito.

Já de manhã, lá pelas 6, apareceu uma enfermeira e mediu a pressão da paciente com suspeita de dengue e foi-se embora sem ao menos verificar a minha.

O sangue do banheiro continuou lá e quando a outra senhora precisou usar o banheiro teve de se esquivar dele. Só pode usar o vaso porque eu  havia limpado o sangue antes.

Fiz minha reclamação e aí apareceu o "enfermeiro chefe”, o mesmo que havia me dado o chumacinho de algodão e, tentou explicar que não mandara ninguém porque eu só poderia tomar outro medicamento hoje às 8 da manhã.

Isto seria verdade se eu tivesse tomado o outro que escapou e eu não tomei.

Se fosse atendimento em hospital  do SUS, ou em um grande hospital que recebe muitos feridos eu ainda tentaria entender, mas num hospital particular onde apenas 4 pessoas estão internadas, me parece uma falha e grande.

Teria ficado melhor em minha casa, em minha cama. (Pelo menos teria tido um colchão decente e não uma coisinha de espuma de 10 cm e côncavo no meio de tanto uso). Teria sido melhor observada e teria ficado menos tensa e nervosa.

Resultado, saí de lá pior do que cheguei.

Acho que ainda vale o velho ditado: se correr o bicho pega e se ficar o bicho come.

4 comentários:

Mundo Animal. disse...

BUENAS TARDES ANGEL QUE TENGAS UNA BUENA SEMANA ABRAZOSSSS DE TU AMIGO CHRISTIANNNNN

franciete disse...

Ó meu anjo isto é de bradar aos céus,
ainda eu muitas vezes digo, e alguns dos nossos também dizem, que estamos mal de saúde. Mas nem no pior hospital Português eu, ou alguém, seria atendido assim.
Isso nem no tempo do fascismos quanto mais agora, mas enfim, só espero que esteja melhor e que não tenha passado de um susto, e que rapidamente voltem as suas melhoras.
Beijinhos de luz e paz(vou rezar por você minha querida)

Nilson Barcelli disse...

Querida amiga, o que lhe aconteceu não foram falhas do serviço. Foi pura e simplesmente neglicência.
As clínicas têm esses problemas. Por isso, às vezes é melhor ir para um grande hospital, porque há sempre alguém para fazer o serviço.
Espero que o peisódio não se repita e nunca mais sinta dores no peito.
Beijos.

franciete disse...

Santa Maria! Volve o teu olhar tão belo,
de lá dos altos céus, do teu trono sagrado,
para a prece fervente e para o amor singelo
que te oferta, da terra, o filho do pecado.

Se é manhã, meio-dia, ou sombrio poente,
meu hino em teu louvor tens ouvido, Maria!
Sê, pois, comigo, ó Mãe de Deus, eternamente,
quer no bem ou no mal, na dor ou na alegria!

No tempo que passou veloz, brilhante,
quando nunca nuvem qualquer meu céu escureceu,
temeste que me fosse a inconstância empolgando
e guiaste minha alma a ti, para o que é teu.

Hoje, que o temporal do Destino ao Passado
e sobre o meu Presente espessas sombras lança,
fulgure ao menos meu Futuro, iluminado
por ti, pelo que é teu, na mais doce esperança.

Edgar Allan Poe.


Beijos de luz e paz em seu coração