sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Alegria pura!



Alegria pura.
Felicidade contagiante.
Ingenuidade infantil.
Olhando para esta foto volto aos meus tempos de criança.
Na verdade minha infância não foi nem um pouco parecida com a destas crianças.
Pelo contrário, tive uma infância bastante difícil mas tinha também a doce ingenuidade das crianças e o sonho da felicidade.
Sonhava com o Natal!
Esperava por ele um ano inteiro (naquele tempo demorava muito a passar) e, muitas vezes não ganhava nenhum brinquedo.
Mas, mesmo assim era uma época de alegria, época de famílias unidas, época onde podíamos beber refrigerante, veja só que coisa básica!
Hoje, isso pode parecer uma idiotice mas, como era aguardada a chegada do engradado de refrigerante!
As crianças faziam uma verdadeira festa.
O divertimento era ainda maior quando se fazia um furinho, com um prego, na tampa de metal e, com o refrigerante quente e um pequeno chacoalhão ele entrava em erupção como um vulcão.
Era uma alegria!
Não podia faltar manjar branco com ameixas. Era o manjar dos deuses. Naquele tempo não havia nada de mais gostoso!
Hoje? Doce que não tiver leite condensado não é doce.
Manjar com ameixas? Coisa de pobre!
Mas como era saboroso...
A ameixa deixava-se para comer no final, era a apoteóse!
Pudim também não podia faltar. Pudim feito em casa , em banho-maria. Usava-se lata de cera vazia, isso mesmo cera de passar no chão... parece loucura mas é verdade... lavava-se bem a lata e ela se transformava numa excelente forma de pudim porque a tampa era bem justa e não abria durante o cozimento. E ninguém tinha indigestão nem diarréia nem ficava envenenado.
Na minha casa nunca teve ceia de Natal.
A festa era o almoço com toda a família.
Aliás, aquela era uma noite povoada de sonhos.
Mal clareava o dia a garotada já estava de pé para ver se o Papai Noel houvera trazido qualquer presentinho: bonecas de louça, carrinhos de plástico ou simplesmente balinhas.
E durante a manhã o que se via pelas ruas eram as crianças a desfilarem com suas bonecas ou puxando os carrinhos por um barbante amarrado. Sim, porque pilha ou controle remoto nem pensar.
Quando alguém ganhava uma boneca que abria e fechava os olhos era motivo de admiração porque as bonecas daquele tempo tinham os olhos pintados e olhavam sempre para o mesmo lado, olhar meio desconfiado.
Lembro-me de uma vez que ganhei uma boneca e não sei bem de qual material era feita mas um dia, melhor uma noite, a esqueci no quintal.
Choveu.
No dia seguinte tive de fazer o enterro da mesma porque ela derretera como massa de pão depois de molhado.
Tempo bom?!
Não sei...
Digo apenas que era diferente.
Um tempo onde dávamos nomes às bonecas e chorávamos quando elas se quebravam ou "morriam" como aconteceu com a minha.
Eu nunca tive muitos brinquedos. Improvisávamos. Pedaços de louça quebrados viravam aparelhos de jantar nas prateleiras feitas de tijolos nas brincadeiras de meninas.
Retalhos de tecidos viravam vestidos para nossas "top-models" de brinquedos.
Sim, éramos felizes.
Não sabíamos se haviam outras crianças que passavam fome, se haviam guerras, se os adultos estavam passando por dificuldades...
Éramos só crianças.
Nossa alegria era pura.
A felicidade era contagiante.
Que saudade daquela ingenuidade infantil.
Angela

14 comentários:

Liliana G. disse...

Angel, ¡qué recuerdos, qué historia! ¡Cuánta nostalgia! Pero también ¡cuánta alegría! Me has tocado el alma.
Un gran beso.

Javier.S.H disse...

Envidio tu infancia, que aunque fue dificil recuerdas con cariño. En aquellos tiempos las cosas simples tenían mas valor que todo lo que ahora tienen nuestros hijos. Son tiempos distintos. No se yo si estamos avanzando demasiado en el tiempo. Ya no damos valor a lo simple si no a lo más innovador y costoso. Quizás ahora en tiempos de crisis volvamos a recuperar parte del pasado. Un abrazo con mucho cariño.

dapazzi disse...

yo,tube una infancia muy,muy,muy feliz y guardo excelentes recuerdos de mis abuelos,pero las navidades no me ha gustado nunca,prefiro la Pascua de Resurrección, la primavera con la metamorfosis de la vida.

Marisa Pimenta disse...

Nossa, Angela,seu post me tocou. Tive uma infância bem parecida com a sua, mas sempre ganhava um brinquedinho e meu pai fazia uma linda mesa p a ceia e não deixava desmanchá-la, até hoje não sei o por que desta mania dele. Aliás hoje, até se fazem aqueles panos c filó p tapar coisas e mesas, ele adoraria. Fui moleca de rua e andava de carrinho de rolemã, morava numa rua c mtas crianças como eu e, acredite, somos amigos até hoje e, às vezes nos reunimos p relembrar aquele tempo. As bonecas eram mto feias de celulóide. Acabavam logo pois amassavam e quebravam.Porém não invejo as crianças de hoje, nem as minhas filhas q tiveram tudo. Relembro sempre aqueles tempos contando p elas nossas travessuras, tombos e artes!!!! Foi mto bom.Bjks

Paola disse...

Tengo el "Brillante Weblog" que se entregarán a los visitantes de mi, como si quieres ir y te ves en ella ... un beso ... hola hola Paola

mauro bianco levrin disse...

Ciao...grazie per la visita molto gentile...se ti interessa lo scambio link fammi sapere!
A presto...

L'Acchiappa Mosche

angel bar disse...

Pensar que agora certas crianças nem dão valor a certos mimos... Mas outros continuam a brincar com pedaços de tijolo...

Aproveito para deixar um Convite:
Long Drink "Morning Flight" no Angel Bar. Palco de Feras. Bom Domingo.

mauro bianco levrin disse...

ciao...grazie per la visita di oggi!molto gentile...
Mi dici per cortesia dove hai inserito il mio link?Non riesco a trovarlo...
Grazie a presto!

L'acchiappa mosche

LC disse...

Senti gostinhos maravilhosos ao ler esse texto.
Minha mãe fazia um manjar diiiiiiivino no natal e eu fazer o mesmo de deixa a ameixa para o final (rs)
Eu odiava barbie e o dia que ganhei uma joguei no lixo, o pior foi que isso fiz na frente de quem me deu.
Criança é um ser lindo em qualquer tempo, pena que nos tempos de hoje estejamos deixando eles com cara de adultos. Acredito que a mudança da infancia muito é porque deixamos de conviver com eles e passar um pouco do que vivemos na nossa infância. Deixamos o computador e todo o consumismo dominar essas cabecinhas lindas...

Izelda Maia disse...

Angel,
que lindo ver o sorriso dessas crianças. Como é bela a infância...

Parabéns pelo blog, gostei de tudo que vi por aqui. Muito bacana seu espaço.
grande e fraterno abraço.

Damiano Aliprandi disse...

Hola! Grazie per la visita, siamo tutti un po' incarcerati! ;)

Nilson Barcelli disse...

Agora as crianças querem todos os presentes no dia 24 à noite...
Também improvisei muitos brinquedos. A minha infância, por isso, não terá sido muito diferente da sua.
Boa semana para vc.
Beijo.

Sabatino Di Giuliano disse...

Dovremmo vivere la vita intera con l'animo della nostra infanzia.
Ciao Angel

Pedro Luso de Carvalho disse...

Angela,

A tua história deve ser a história de muitas pessoas que hoje, adultas, são pessoas realizadas e atuantes na sociedade; deixas transparecer que tiveste uma infância muito rica, e que soubeste apreender muito dessa riqueza.

Abraços,

Pedro.