domingo, 5 de abril de 2009

Aula de voo

quadro flores

O conhecimento

caminha lento feito lagarta

primeiro não sabe que sabe

e voraz contenta-se com cotidiano orvalho

deixado nas folhas vívidas das manhãs.

Depois pensa que sabe

e se fecha em si mesmo:

faz muralhas,

cava trincheiras, ergue barricadas.

Defendendo o que pensa saber

levanta certeza na forma de muro

orgulhando-se de seu casulo,

até que maduro,

explode em voos

rindo do tempo que imagina saber.

Voa alto sua ousadia

reconhecendo o suor dos séculos

no orvalho de cada dia.

Mesmo o voo mais belo

descobre um dia não ser eterno.

É tempo de acasalar

voltar à terra com seus ovos

à espera de novas e prosáicas lagartas.

O conhecimento é assim

ri de si mesmo

e de suas certezas.

É meta da forma

metamorfose

movimento

fluir do tempo

que tanto cria como arrasa

a nos mostrar que para o voo

é preciso tanto casulo como asa.

Mauro Iasi

Não existem verdades absolutas, nada é eterno. Estamos sempre em eterna metamorfose. Hoje não somos mais o mesmo de ontem e nem seremos o mesmo  amanhã.

9 comentários:

MARU disse...

É um poema muito lindo, gráfico e didático.
Efectivamente nossa vida, ante as adversidades, há de ser positiva, sempre podemos e devemos, tornar a começar....
De uma derrota, sempre nace uma nova batalha, que podemos ganhar....
Um beijo grande.

Angeles disse...

Todos los días la vida nos abre las puertas del conocimiento, lo que hoy es verdadero mañana puede que no.
Bello.
Um beijo.

O mar me encanta completamente... disse...

Passando para a "manutenção" de nossa amizade!!
E tenha certeza que o faço com o maior carinho.
Hoje, quero só agradecer, pelo seu carinho,
por vc estar aqui , por estar na minha vida
e me deixar de alguma forma fazer parte da sua.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!
Sabe de uma coisa?
Sou feliz!
Porque abençoados os que possuem amigos.
Fica com Papai do céu.
Um final de domingo fantástico.
Meu carinho, sempre.

EDUARDO POISL disse...

O vento soprou
Tão doce e sereno
Tocou-me ao de leve
Girou sentimentos
Dormentes, silentes
Que em vôo rasante
Tocaram o chão.
O fundo da alma
fez-se de cor de ouro
Castanho ou laranja
Deu frutos já secos
De um doce amargo
Surgiu o Outono
No meu coração.
(Lique, 2004)

Uma boa semana, plena de amor e carinho
Eduardo Poisl

"Libélula" disse...

Holas!!!

Es un poema muy bellom es un placer leerte.

Me gusto mucho tu blog!

gracias por tu visita por mi blog, pasare seguido por aqui a leerte.

muchos besos!

Libelula!

Delírios de Maria disse...

Só é possível reconhecer a calmaria depois de uma turbulência. Só se é possível respirar ar puro depois de uma tempestade.
O amor que sobrevive a uma turbulência sobrevive a tudo na vida. Torna-se eterno.
SEU COMENTÁRIO ME FEZ ACORDAR.
FOI ASSIM COMO ACORDAR PARA A REALIDADE DA VIDA.

JESUS y ENCARNA disse...

Buenos dias Angel, cierto y nosotros en constante metamorfosis.
Beijos.
Jesus

Oliver Pickwick disse...

Hoje? Mudamos em segundos.
Ótima publicação, cara amiga!

Anônimo disse...

Os casulos são as experiências que adquirimos ao longo da vida,por meio de erros e acertos.A lagarta só cria asas,quando percebe que o ambiente é ideal para sua sobrevivência,é o mesmo que acontece em nossas vidas,aprendemos com erros e acertos,um ambiente ideal é aquele em que podemos viver com tranquilidade, é também quando quando convivemos com pessoas que gostamos,assim podemos ir em busca do conhecimento,vendo que os casulos são importantes tanto como as asas !
Karina Gláucia de Almeida