quarta-feira, 8 de abril de 2009

Depois do terremoto

   tramonto1ga6

É próprio do ser humano parar para refletir depois de algum evento devastador da natureza: um furacão, uma inundação, um terremoto, um tsunami…

Assim também fazemos com nossa vida.

Vamos vivendo sempre preocupados com “bobagens” e nos esquecemos de cuidar das coisas mais importantes: das pessoas que estão tão perto. Às vezes, precisando só de uma  mão amiga, de um conforto, de um carinho, de um sorriso, de um abraço, de uma “manutenção”.

Achamos que tudo é eterno. Pensamos que tudo será sempre do mesmo jeito, mas um dia um vendaval, um terremoto estremece tudo. Aquilo que parecia perfeito se desfaz e tudo vira pó.

Precisamos de muita coragem para levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima.

Recomeçar é  mais difícil que começar. Recomeçar implica em decisões. Retirar os “entulhos” e reconstruir tudo no mesmo lugar, ou deixar aquilo apenas como uma lembrança do passado e, partir para uma nova vida em outro lugar?

É sempre uma decisão muito difícil a ser tomada.

Voltando a  L’Aquila, penso nos seus habitantes. O que fazer? Refazer a vida onde perderam seres queridos ou buscar novas paisagens?

A história, principalmente da Itália, é uma sobreposição. Basta escavar o solo de alguma cidade como Roma, Verona …para se achar resquícios e muitas vezes até casas inteiras de outras eras. É como se a própria natureza se imcumbisse de enterrar o passado.

Sob as areias do deserto, historiadores desenterram a história milenar dos faraós e dos seus conterrâneos.

E eu, que adoro história da civilização, me pergunto se tudo aquilo que nos aflige hoje é  realmente tão importante? Problemas cotidianos que nos tiram o sono, implicâncias com nossos vizinhos, toda uma gama de pequenos desafetos… que importância tem isto?

Parece que o homem só consegue viver em harmonia diante de tragédias. Só nestas situações vejo inimigos se unindo para realizar algo construtivo.

Lembro-me do romance “O tempo e o Vento” de Érico Verissimo. Romance que narra a história do Rio grande do Sul através da luta da família Cambará por mais de dois séculos. As personagens (reais ou não) sofrem, lutam, perdem seres amados, se envolvem em guerras e o tempo passa e o vento leva tudo. Tudo vira pó à medida que o tempo passa.

Assim é também com nossas vidas.

Nós passamos pelo tempo e nossas ações, boas ou más, serão em sua maioria esquecidas. Só aquilo que fizermos de realmente bom permanecerá.

Que as tragédias sirvam para nos lembrar o quão efêmera é nossa vida, quanto somos pequenos e quanto dependemos dos nossos semelhantes.

Vamos sorrir mais, vamos abraçar mais nossa família, nossos amigos, vamos ser mais honestos com todos e principalmente conosco.

Vamos olhar nossa vida como um presente e curtí-la da melhor maneira possível.

Ame-se, acima de tudo!

Love yourself, above all!

13 comentários:

LC disse...

Você conseguiu pegar o ponto EXATO da questão. Porque o maior segredo é contemplar a vida e não correr para fazer algo após a morte, perda ou catastrofe.
Temos que viver dias plenos valorizando tudo o que vivemos e não nessa busca eterna do MAIS quando ainda nem saber o que fazer com o atual.

Outra coisa só você para falar do Érico assim do NADA né (rs). Érico Verissmo compos nosso Cem anos de solidão (Gabriel Garcia Marques). Certamente fala de coisas profuuuuundas que devem ser repensadas.

Carlos Henrique Leda disse...

Quando algo ocorre comigo, tenho me perguntado que importância isso terá em minha vida na próxima hora, no próximo dia, no próximo mês, ano, década.
Caso a resposta seja "nenhuma", então não me preocupo com ela, afinal, ela não é importante.
Assim fica mais fácil focar o que realmente é importante, e investir nossa energia no que fará diferença, construindo algo positivo.

bjos

olimpia disse...

Cara Ângela:

Obrigada pelo seu email e comentários gentis sobre o "Rede furada".
Meu nome é Olímpia e também gostei muito do seu blog. Sou socióloga, de formação acadêmica, pois na prática sempre trabalhei no Banco Central do Brasil.
Hoje, aposentada, resido com meu marido em Santo André da Bahia, um povoado lindo.
Aqui desenvolvemos um trabalho voluntário de difusão cultural. Passamos cinema na rua, embaixo de um cajueiro, para o público infanto-juvenil, já que não há cinema num raio de 400kms. Também trabalho no Centro Cultural daqui, ajudando a pesquisar editais, redigir projetos, etc.
Sim, por favor, gostaria muito de receber a foto do varal que você mencionou. O Varal é um dos temas já que meu blog é como eu coloquei lá: 'Um blog sem rumo(r)"
Poderia enviar para meu email?
olimpiacalmon@gmail.com
abraços,
Olimpia Calmon
p.s. você tem parentes na Itália?
Eu tenho filha, genro e dois netinhos italianos.

MARU disse...

Angel, é necesario muitas veces que a natureza se enfureça e provoque estragos para que esse terremoto tambén sacuda nosso coraçäo.
Vivemos como se fossemos imortais.
Você fez un análisis ótimo de ese comportamento dos homens...
Porque, a semana que vem, cuando esta noticias já näo seja noticias, todos tornaremos a nossa vida, como sempre...
Um beijo muito grande, amiga.

Alda Inácio disse...

Que lindo, você está nostálgica e isto nos remete a tantas reflexões. Realmente foi duo ver aquelas cenas e pessoas sofrendo, mas também foi lindo ver outros serem salvos dos escombros.
a vida é assim anjinho, cheia de surpresas tristes mas vale a pena vivê-la desejando o bem e cultivando um coração puro e grande como o seu.
Beijo no teu coração.
Alda

blog da Rô disse...

Angel,

Você deve ser mesmo do reino dos anjos, pela doçura e sabedoria que passa em seus textos.

Gostaria que fosse seguidora do meu blog e eu serei do seu. assim, mais gente vai nos conhecer. E eu, quem sabe, terei o prazer de conhecê-la melhor.

Shanti (paz)

Tais Luso de Carvalho disse...

Angel, isso aqui (do teu texto) é a pura verdade:

“Parece que o homem só consegue viver em harmonia diante de tragédias. Só nestas situações vejo inimigos se unindo para realizar algo construtivo”.

Vemos muito isso nos hospitais e velórios. Acabado o trauma, seja para onde foi a desgraça, começa tudo novamente. E num velório, após o defuntinho ser enterrado, aparece, em dois toques, o ‘cadê o meu...’ É o que mais vejo.

Infelizmente, Angel, o ser humano ou aprende lerdamente a lidar com os afetos, ou não aprende nunca.

Gostaria de ver outro quadro, mas uma andorinha não faz verão. Então temos de pensar em nós, na nossa saúde mental.

Se conseguirmos dirigir nossa mente para coisas que realmente têm valor, já estamos no lucro. Gostei muito do texto, reflete, na verdade, o que somos.

Beijos, Tais luso

EDUARDO POISL disse...

Nesta Páscoa que você seja convidado
Pelo nosso mestre...
A confraternização
Para que começamos a sentir
a presença dele em nosso irmão...
Para a busca da paz,
Da união.
Olhar para o lado dar um sorriso...
Um aperto de mão.
Que Jesus nos encaminhe
para um novo amanhecer...
Buscando no irmão o seu valor...
Que a Páscoa! Não seja só um dia,
Que seja todos os dias do ano...
De busca, pelo o amor...
O reconciliar...
A confraternização...
A harmonia...
Que o coelho não traga só ovinhos de chocolates...
Que ele traga em sua cesta...
O AMOR E A PAZ.

(Ducarmo de Assis)

Boa Páscoa para você e toda sua família

Angeles disse...

Boa Páscoa para você e toda sua família.
Lo copié del anterior comentario:)
En español: Felices Pascuas

Muy verdadero lo que escribes parece ser así nuestra esencia humana, Dios quiera que seamos más unidos en todo tiempo.
Um beijo

Mari Amorim disse...

Angel,
gostei muito do texto,infelizmente reforça o que penso,tudo na vida é mutável e transitório.só vle mesmo o ue de bem fazemos e sentimos.Parabéns!.Conheça meu chão,será um prazer.
Feliz Páscoa!
Mari

Lília Abreu disse...

Nem sei como, vim aqui parar!
Um bonito blog.
E, realmente" Vamos sorrir mais, vamos abraçar mais nossa família, nossos amigos, vamos ser mais honestos com todos e principalmente conosco. Vamos olhar nossa vida como um presente "

É um ponto comum ao arco-íris!
Deixo: Parabéns pelo blog e posts!
Votos de boa Páscoa.
e um CONVITE:
Às 4ªas Fªs, no arco-íris, temos o "Clube dos desabafos" (passa pelo post de 4ª Fª) - partilha de gaffes, de como o dia começou, brincar com situações que não nos estão a correr lá muito bem e o que nos APETECIA fazer, enfim 4ª Fª , dia de reciclagem emcional no ARCO! O objectivo é interagirmos com os comenários, visitar os seus blogues e deixar algo para animar, que faça rir . Transmutar o desagradável em riso, algo positivo.
Contamos contigo!
Beiinhos do arco-íris
Lília

Lília Abreu disse...

Querida Angela,
Não se estas a participar já da tertúlia virtual. Iniciativa do Eduardo PL e do expressodalinha (Jorge).
Cada dia 15 há um tema diferente. E depois , trocamos impressões, crescemos pela diferença de ângulos de visão.
Está o selo no Arco, para perceberes melhor doque se trata.
Beijinhos muito doces para ti e teus!
Lília

Anônimo disse...

Es triste y desolador lo ocurrido en Italia, pero una vez más, parece ser no nos damos cuenta de lo insignificantes que somos ante la naturaleza. Volveremos a construir donde no hay por que hacerlo. Vivo en un barrio donde nunca se tuvo que construir y hace unos pocos años debido a las obras del metro (tren subterraneo) varios bloques de viviendas se derrumbaron. A pesar de todo se volvió a construir de nuevo. El hombre es el animal que tropieza dos veces con la misma piedra. Un abrazo enorme desde España.