Reciclagem

 

Nunca se falou tanto em reciclagem.

Mais do que nunca as pessoas precisam se conscientizar da necessidade de reutilizar, reciclar os recursos naturais pois eles são finitos.

É engraçado que quando eu era criança nunca ninguém se preocupava com isto e acredito mesmo que ninguém nunca tenha ouvido ou dito esta palavra. No entanto, naquele tempo, quando se ia ao mercado se levava de casa uma sacola par trazer as compras. Não havia necessidade de muita coisa porque nas casas sempre havia quintal de terra e uma horta e um pormar. Muitos criavam galinhas e até porcos. Claro, que há bastante tempo isto.

Assim, a maioria dos alimentos eram produzidos alí mesmo, sem agrotóxico, sem hormônios… A carne e os ovos eram saudáveis, as verduras e frutas sempre fresquinhas e saborosas pois só as tinhamos na época certa.

Não havia coleta de lixo pois os resíduos orgânicos eram enterrados para fazer adubo natural para as plantas. Sacos plásticos e embalagens não haviam. O óleo, o leite, o refrigerante eram sempre comprados em embalagens de vidro, retornáveis. Assim quando acabava o litro de óleo bastava levá-lo ao armazém para reenchê-lo. Nada de desperdício. As penas das galinhas serviam para fazer travesseiros e acolchoados para os dias frios. As roupas eram feitas em casa e sempre com sobra de pano internamente para serem alargadas de acordo com a necessidade. Os sapatos das crianças eram sempre comprados um número maior para servirem até quando o pé crescesse. Quando ficavam apertados, cortava-se a parte de trás e aí transformavam-se em chinelos.

Até os sacos de farinha e açúcar, porque naquele tempo se comprava grandes quantidades (60 quilos),eram reaproveitados. Depois de vazios eram “quarados” e o algodão bem trançado e branco servia para fazer guardanapos, toalhas de banho e mesa e em algumas casas, quatro deles eram emendados e serviam até para lençóis e colchas.  Aproveitava-se até a parte onde havia impresso a marca do produto. Muitas vezes a tintura da impressão não saía e essas partes eram usadas para fazer cuecas para os homens. Era muito engraçado quando alguém, por algum motivo, tinha de ficar de ceroulas e no traseiro trazia estampado “Moinho D”oro” ou outras marcas.

Claro, que nossa sociedade não comporta mais este tipo de coisa, porém se faz necessário rever um pouco o passado e tentar diminuir o desperdício, evitando assim o caos em que se está transformando o mundo. Se tal situação persistir daqui a pouco ao invés de belas paisagens só veremos montanhas de lixo por todos os lados. A situação já chegou a tal ponto que atualmente os urubus estão invadindo as cidades e se tornando problema. Logo ele que é uma das soluções naturais para a limpeza da natureza.

Se eu fizer minha parte posso não mudar o mundo, mas posso mudar onde vivo. Se meu vizinho fizer a parte dele e também o outro e o outro, mudaremos nosso bairro, se os cidadãos de minha cidade se conscientizarem e cada um fizer sua parte mudaremos nossa cidade. É como uma bola de neve que tende a crescer. Vamos fazer crescer esta idéia.

Recicle seu modo de agir, de viver e estará colaborando para um amanhã melhor para seus filhos e netos.