sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Uma história de amor 2

capitulo 2

DSCF0927 Veneza dos enamorados

Os dias eram corridos. Levantava-se cedo e dormia-se tarde.  Fazíamos muitas  lições e passeios por várias regiões da Itália. Nos finais de semana levantava-se ainda mais cedo pois os passeios mais distantes ficavam para sábados e domingos. 

Num destes finais de semana fomos à Florença, distante umas 4 horas de viagem, num ônibus nada confortável. Andamos o dia todo para dar conta de ver tudo e, como prevíamos, não vimos. Nem para comer nós paramos. Andávamos comendo um pedaço de pizza e dividindo uma garrafa de refrigerante.

Glória conseguiu encontrar todos os brasileiros que moravam em Florença ou melhor, todos os que trabalhavam na Feira que visitamos. Impossível não conversar com ela. Era a simpatia em pessoa.

Retornamos por volta da meia noite e no dia seguinte ainda tínhamos de levantar às 5 para ir à Veneza.

Sonâmbulas e com mais umas 5 horas previstas dentro daquele ônibus desconfortável. Mas, nada tirava nossa alegria e disposição.

Veneza estava agora à nossa frente. Linda e majestosa como sempre. E, acima de tudo, romântica. Quem resiste àquela atmosfera, àquelas gôndolas, aqueles canais. Tudo ali inspira.

Glória já estava inspirada. Era uma inspiração espanhola. Essa inspiração se chamava Joaquim. Um amor tipo platônico, como nos tempos de menina, cheio de encantamentos e cumplicidade.

Falavam-se com o olhar e eram inseparáveis. Inseparáveis mas, respeitosos ao limite. Joaquim era casado. Nenhum dos dois, à princípio, queria admitir a atração pelo outro.

Diante de uma loja de cristais, Glória entrou para comprar uma lembrancinha. Ele ficou na porta, a esperar.

Comprou três corujinhas minúsculas, que custaram 5 euros cada uma, mas era o que podia. Daria uma para a tia, ficaria com outra e,  surpreendeu-o com a terceira.

Olhando  para a corujinha e  contou a ela que sempre que viajava costumava levar de recordação uma corujinha. Disse também que aquele fora  o presente mais especial que havia recebido em toda sua vida!

Teve também o lance do banheiro. Diferentemente daqui, lá na Itália os banheiros são condivididos isto é, homens e mulheres usam o mesmo banheiro e assim, nós sempre ficávamos um pouco receosas de os utilizar. Era sempre um pouco constrangedor topar com um homem entrando ou saindo. Cavalheiro como era, Joaquim fazia-se de seu escudeiro. Sempre que ela queria utilizar a toalete lá ficava ele de plantão na porta.

Formavam, sem dúvida um belíssimo casal.

Veneza foi como um paraíso para os dois. Passeando pelos canais, conversando em espanhol e estreitando afinidades. Eram tantas… Ambos gostavam de arte, de coisas delicadas, do mesmo tipo de música. Música aliás que compartilhavam com um MP, um fone no ouvido de cada um. Pareciam irmãos siameses, tão colados ficaram o dia inteiro.

Foi um dia mágico onde se deram conta do que estavam sentindo um pelo outro. Impressionante que falaram sobre tudo, menos de amor.

O dia terminou. O sol se pondo no horizonte e todos à bordo do “tragheto”. Na amurada do navio Glória deixava a saudade escorrer pelo canto do olho. Chorava por aquele amor impossível, pelos abraços  não dados, pelos beijos não roubados… Foi quando ele se aproximou novamente, corujinha na mão e colocou delicadamente o fone no seu ouvido.

A música não podia ser outra: Come c’ est triste Venise de Charles Aznavour.

Assim ficaram, em silêncio… Só a música e as recordações de um dia inesquecível.

Hoje, depois de um ano continuam a se falar. Ele na Espanha, ela no Brasil. Mas sabem, ficará para sempre gravada na lembrança dos dois aqueles dias, principalmente Veneza, com todo seu encanto e magia.

 

continua

11 comentários:

Mundo Animal. disse...

(“)_(“).-“”’-.,/)
; ° ° ‘; - ., , ‘ )
(♥_, )’__,)’-._)

ESTA GENIA COMO SIEMPRE AMIGAA, QUE TENGAS UN BUEN FIN DE SEMANAA
SALUDOSSSSS

la signora in rosso disse...

abito vicino Venezia...capisco bene quello che dici...è magica anche per me che ci vivo!

~❤ ~º♥º ~Graciete ~º♥º~❤ ~ disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
~❤ ~º♥º ~Graciete ~º♥º~❤ ~ disse...

Esta parte já mete mais respeito e menos riso, mas muito comovente.
Pois o amor tem sempre um brilho delicado, e um cheirinho doce das violetas, e então Veneza que toda ele se presta a estas delicias, e encantos, espero que tenha um final mais feliz.
Beijo em seu coração amiga linda

29 de Agosto de 2009 20:53

Nade T. disse...

Tem um selo-meme bem legal lá no meu blog pra você!
Espero que goste, pois adorei recebê-lo!
Respondê-lo serve para nos conhecermos melhor!
Bjs

A Itinerante - Neiva disse...

Oi Angel,

Desculpe a ausência nos últimos posts. Estava "meio" em férias. rsrs

Primeiro quero agradecer seu coment lá na Itinerante. Fiquei sensibilizada com ele, principalmente com esa frase linda:

"Quando a alma transborda é preciso encontrar um lugar onde ela poderá escorrer silenciosamente e assim inundar corações e mentes."

Obrigada por sua gentileza. :D

Li as partes 1 e 2 desta estória (não sei se é real ou fictícia) e adorei. Porque não escreve algo mais longo?

Beijos

Nade T. disse...

Angel, querida!
Que lição de vida, minha amada!
E que exemplo! Sobre o que você escreveu no meu blog, é muito bom sermos referência positiva na vida das outras pessoas. Dizem que gentileza gera gentileza, não é mesmo! A felicidade não é diferente, ela é contagiante! Por mais que você sinta vontade de chorar, o seu sorriso faz com as pessoas sintam vontade de estar perto, emanando energias positivas...
Torço pela sua melhora, viu!
Fique com Deus e tenha uma maravilhosa semana!
Bjs

Nanda Botelho disse...

História de amor na Itália nada combina mais!

Bjs!

Mylla Galvão disse...

Angel,

Venha participar da Blogagem Coletiva do Vidas Linha nos dias 04 e 05 de Setembro...
Passa lá no blog: http://vidaslinha.blogspot.com


bjão

B Khmer.com disse...

No idea

Serena Flor disse...

Estou adorando o conto minha querida e doida pra ler a terceira parte.
Adorei chegar no teu cantinho e espero voltar aqui muitas vezes mais.
Um grande beijo e obrigada pela gentil visita.